Brasil v571c
- março 24, 2024
Tecnologias de baterias com energia solar ampliam a segurança do sistema elétrico em casos de alterações climáticas 1c4g5z

O aumento no consumo de energia elétrica causado pela onda de calor nos últimos meses no Brasil acende novamente o debate da transição energética e da necessidade de o País caminhar para uma economia cada vez mais segura e verde com o uso das tecnologias de armazenamento de energia elétrica, sobretudo no complemento das fontes renováveis, como solar e eólica.
A avaliação é da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR). Para a entidade, as novas tecnologias de baterias combinadas com a geração solar, tanto nas grandes usinas centralizadas quanto nos pequenos e médios sistemas em telhados e terrenos, reforçam a segurança do sistema elétrico e melhoram a qualidade de atendimento e a autonomia dos consumidores brasileiros.
“Com dimensões continentais e devidamente interconectado por linhas de transmissão, o sistema elétrico brasileiro é robusto e seguro para as usinas renováveis em operação e pode avançar ainda mais com as tecnologias de armazenamento de energia elétrica, que poderão exercer um papel fundamental para aprofundar ainda mais o avanço das fontes renováveis e a descarbonização da matriz elétrica nacional”, diz Carlos Dornellas, diretor técnico-regulatório da ABSOLAR.
“Ao combinar, por exemplo, a fonte solar com as baterias, há um ganho exponencial de segurança e robustez da matriz elétrica brasileira, com mais sustentabilidade. Tais tecnologias são essenciais para aliviar o sistema elétrico nacional, especialmente no atual período de onda de calor, ajudando a fortalecer o suprimento da demanda nos horários de maior consumo de eletricidade pela sociedade”, acrescenta.
Segundo o executivo, a fonte solar fotovoltaica tem sido cada vez mais fundamental no e ao Sistema Interligado Nacional (SIN) em momentos de elevação das temperaturas, um desafio que pode se tornar ainda mais frequente com o aquecimento global em curso. Por isso, a necessidade de ampliação de investimentos na combinação com as tecnologias de armazenamento energético.
“Além de proteger o bolso do consumidor, a energia solar evita as emissões de gases de efeito estufa na geração de eletricidade do País, pois é uma fonte que não emite nenhum gás, líquido ou sólido durante a sua operação”, explica Dornellas.
Gargalos a serem superados
A ABSOLAR lembra ainda que há uma lacuna de arcabouços legal e regulatório robustos e de políticas públicas que estimulem o uso das tecnologias de armazenamento energético no País. Neste sentido, há a necessidade de avançar com a construção de uma regulamentação favorável, processo em andamento na Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), por meio da Consulta Pública ANEEL nº 039/2023.
Outro desafio nesta área é a implementação de medidas para a equalização da carga tributária (redução de impostos sobre as baterias), justamente para tornar a tecnologia ível a todas as camadas da população, para uso pelos consumidores. Atualmente, a carga tributária sobre baterias chega a somar mais de 80%, o que inviabiliza diversas aplicações possíveis no mercado.
Equiparar estes impostos aos aplicados às fontes renováveis, uma medida de isonomia amplamente justificável, solucionaria a questão e abriria imensas oportunidades ao Brasil na atração de investimentos e geração de empregos verdes neste novo segmento.
Sobre a ABSOLAR
Fundada em 2013, a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR) é a entidade do Brasil que reúne todos os elos da cadeia de valor da fonte solar fotovoltaica e demais tecnologias limpas, incluindo armazenamento de energia elétrica e hidrogênio verde. Com associados nacionais e internacionais, de todos os portes, a entidade é fonte de informação e articulação em prol da transição energética sustentável do Brasil.